terça-feira, 27 de setembro de 2011

Tourette

O transtorno de tique mais conhecido e mais grave é o Transtorno de Tourette. O tratamento é sintomatológico e procura diminuir a quantidade de tiques no decorrer do dia, tentando diminuir o prejuízo social que causa no indivíduo. Normalmente a doença é apresentada como um tique motor que evolui para um vocálico. A tentativa do indivíduo em evitar este impulso típico do tique traz uma forte questão de comorbidade com sintomas obsessivo-compulsivos. Baixa autoestima, isolamento social obviamente acompanham o caso. A principal forma farmacológica de tratamento para o transtorno é a associação de antipsicóticos (redução de tiques) com antidepressivos (sintomas obsessivo-compulsivos). A terapia cognitiva-comportamental é bastante útil através da técnica de reversão de hábitos, onde o paciente identifica as sensações prévias ao tique e passa a responder de uma forma incompatível com o tique. Assista os vídeos abaixo. 






O diagnóstico realizado pelo DSM-IV-TR é feito pelos critérios 
A - Múltiplos tiques motores e um ou mais tiqes vocais estiveram presentes em algum momento durante a doença, embora não necessariamente ao mesmo tempo (Um tique é um movimento ou vocalização súbita, rápida, recorrente, não-rítmica e estereotipada.) 
B - Os tiques ocorrem muitas vezes ao dia (geralmente em salvas) quase todos os dias ou intermitente durante um período de mais de 1 ano, sendo que durante este período jamais houve uma fase livre de tiques superior a 3 meses consecutivos. 
C - O início dá-se antes da idade de 18 anos. 
D - A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (ex.: estimulantes) ou de uma condição médica geral (ex: encefalite pós-viral ou doença de Huntington) 

A prevalência do transtorno de Tourette é de 4 a 5 casos a cada 10 mil pessoas. Mais comum em crianças (5 a 30 casos por 10 mil pessoas), com início em torno dos 7 anos e com início dos tiques vocálicos aos 11 anos. Três vezes mais comum em meninos.


LINKS INTERESSANTES
http://www.astoc.org.br/source/php/index.php#
http://www.tsa-usa.org/
http://www.scielo.br/pdf/anp/v59n3B/5963.pdf

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Psicólogos e as Drogas: Relação de medo

Com a crescente procura de atendimento psicológico para o tratamento de dependências químicas, julgo necessário iniciar algumas postagens sobre o tema em questão. Muitos psicólogos se recusam a atender essa população pela baixa adesão ao tratamento e pela frustração pessoal em executar um trabalho de qualidade e inúmeras vezes se deparar com um recaída. Este comportamento não é somente observado nos psicólogos, mas na grande maioria dos profissionais da saúde, na política, na população geral. Não irreal, há uma associação clássica da droga com a violência, com a prostituição, com a dificuldade de recuperação, entre outros; o que estigmatiza a droga e o usuário.

Penso particularmente que a principal função dos Psicólogos seria combater estes tabus acreditando no indivíduo sem o uso das drogas, sem observar ele como a personificação da doença, mas como alguém que precisa de acolhimento social procurando auxiliá-lo a recriar sua vida, muitas vezes destruídas pela droga e pelo tabu. Com a produção do conhecimento, é possível demonstrar aos profissionais da saúde, assistentes sociais e afins, que a recuperação é sim possível através do trabalho árduo e esperança na recuperação dia-a-dia.

Com o movimento anti manicomial da década de 70, o governo procura auxiliar os dependentes através dos CAPs AD. A intenção é criar 1 CAPs AD para cada 70.000 habitantes. Em Curitiba, a quantidade de CAPs auxiliaria uma população de aproximadamente 400.000 habitantes porém, contamos com mais de 1.800.000 habitantes. Desta forma as comunidades terapêuticas foram criadas para suprir esta demanda, o que é alvo de muita crítica. Boa parte destas comunidades estão vinculadas a grupos religiosos e é comum observar internamentos de até 9 meses sem a possibilidade de sair do local. Bíblias já foram escritas para o tratamento da dependência química e pouca ciência esta associada a isto.

Como combater? Sem críticas é um começo! Sem estas comunidades milhares de dependentes beirando a morte ficariam sem apoio social. Por outro lado a produção científica fomenta novas instituições, novos tratamentos, novos profissionais interessados em lutar contra as drogas, novas técnicas para evitar recaídas, melhorar a adesão, tornar o tratamento efetivo e permanete. Mas o estigma prevalece atando com o medo a possibilidade de levar saúde a quem precisa. Novamente falamos em educação...

Se Skinner estava certo ao dizer que "o condicionamento se mantém a despeito da consciência", lutamos aqui contra uma consciência estruturada erroneamente pela cultura e seus tabus. Ou seja, muito trabalho para mudar essa realidade!

Links interessantes:

Sobre CAPs e a reforma antimanicomial
Secretaria Anti-Drogas
Notícia Folha de São Paulo sobre criação de nova comunidade terapêutica
Narcóticos Anônimos
Alcoólicos Anônimos
Site Droga Zero

quinta-feira, 19 de maio de 2011

[A LIGA] Sexualidade

Muito mais frequente do que se pode imaginar! Excelente reportagem do programa A LIGA! sobre sexualidade!

Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


Parte 6


Parte 7

terça-feira, 10 de maio de 2011

[Folha.com] Doenças psiquiátricas roubam mais anos de vida do brasileiro

Achei muito interessante a reportagem publicada hoje na Folha de São Paulo sobre uma atualização no periódico "The Lancet" sobre a saúde no Brasil. A principal notícia é sobre o tempo de vida que doenças psiquiátricas "roubam" dos brasileiros. Psicose, Depressão e álcool são os principais vilões. Há outras informações muito interessantes no documento oficial em inglês, que pode ser obtido clicando aqui. Segue na íntegra a reportagem.


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Com mudanças no estilo de vida dos brasileiros, os transtornos psiquiátricos passaram a ocupar lugar de destaque entre os problemas de saúde pública do país.

De acordo com dados citados em uma série de estudos sobre o Brasil, publicada ontem no periódico médico "Lancet", as doenças mentais são as responsáveis pela maior parte de anos de vida perdidos no país devido a doenças crônicas.

Essa metodologia calcula tanto a mortalidade causada pelas doenças como a incapacidade provocada por elas para trabalhar e realizar tarefas do dia a dia.

Segundo esse cálculo, problemas psiquiátricos foram responsáveis por 19% dos anos perdidos. Entre eles, em ordem, os maiores vilões foram depressão, psicoses e dependência de álcool.

Em segundo lugar, vieram as doenças cardiovasculares, responsáveis por 13% dos anos perdidos.

Outros dados do estudo mostram que de 18% a 30% dos brasileiros já apresentaram sintomas de depressão.

Na região metropolitana de São Paulo, uma pesquisa, com dados de 2004 a 2007, mostrou que a depressão atinge 10,4% dos adultos.

Não é possível dizer se o problema aumentou ou se o diagnóstico foi ampliado, diz Maria Inês Schmidt, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e uma das autoras do estudo.

Ela afirma também que são necessários mais estudos para saber de que forma o modo de vida nas cidades pode influenciar o aparecimento da depressão, além das causas bioquímicas.
No caso da dependência de álcool, no entanto, há uma relação com o estilo de vida, uma vez que pesquisas recentes do Ministério da Saúde apontam um aumento no consumo abusivo de bebidas.

IDADE AVANÇADA

O envelhecimento da população também contribui para o aparecimento de transtornos psiquiátricos.

De acordo com o estudo, a mortalidade por demência aumentou de 1,8 por 100 mil óbitos, em 1996, para 7 por 100 mil em 2007.

"O Brasil mudou com consumo de álcool, envelhecimento e obesidade e, com isso, temos novos problemas de saúde", disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde).

Em relação às doenças psiquiátricas, ele afirmou que a pasta irá expandir os Caps (centros de atenção psicossocial) e aumentar o número de leitos para internações de curto prazo.

A série de estudos do "Lancet" coloca como outros problemas emergentes de saúde diabetes, hipertensão e alguns tipos de câncer, como o de mama. Eles estão associados a mudanças no padrão alimentar, como o aumento do consumo de produtos ricos em sódio.

Por outro lado, a mortalidade por doenças respiratórias caiu, principalmente devido à redução do número de fumantes.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/913536-doencas-psiquiatricas-roubam-mais-anos-de-vida-do-brasileiro.shtml

terça-feira, 29 de março de 2011

Preconceito Contra a Vida

Buscamos uma vida mais saudável, prática e sustentável diariamente. Inúmeras pessoas se dedicam para desenvolver técnicas avançadas para um futuro próximo onde a luta contra desastres naturais é certa. E mesmo assim a herança do preconceito existe. Tanto se fala em cuidados com a natureza para garantir a sobrevivência da raça humana e a tal raça humana não consegue aceitar a própria existência, não é capaz de observar que somos diferentes e basta abrir os olhos para ver isto.
O pior é justificar tal ato de crueldade como um ato religioso. No Jornal Gazeta do Povo ontem saiu uma reportagem sobre a defesa dos Evangélicos em um fórum nacional onde um dos temas abordados foi a posição contra casamento gay e a criminalização da homofobia (clique aqui para ler a reportagem).
Na última eleição um candidado ao senado e outro ao governo se posicionaram a favor desta questão evangélica (obviamente com o foco no número eleitores). Como bem lembro, um dos candidatos ao governo do Estado do Paraná afirmou que a adoção por casais homossexuais prejudicava o desenvolvimento da criança na obtenção de valores. Na mesma semana li um artigo científico comprovando que crianças adotadas por casais homossexuais femininos se desenvolvem com mais facilidade que adotados por casais heterossexuais.

A homossexualidade é conhecida desde o início da humaninade, apenas em meados do século XX começa a deixar de ser vista em nossa cultura como uma doença e passa a ser aceita como opção (porém muitos casos gritantes de preconceito ainda podem ser observados). O manual diagnóstico de transtornos mentas (DSM), utilizado ao redor do mundo por profissionais da saúde teve sua primeira edição em 1952, baseado em antigo sistema de classificação de 1918. Apenas na sétima triagem da 2a edição do DSM a homossexualidade deixou de ser considerada um transtorno mental devido aos inúmeros protestos e pesquisas sobre. Porém, no mesmo ano tornou a ser considerada uma doença e somente na revisão da 3a edição em 1987 saiu da lista! Causa: discussão política e não científica. Aliás, este é um dos grandes problemas no desenvolvimento da Psicologia como ciência... Este ato justifica a existencia até hoje do preconceito mas não o tolera!







Filmes interessantes:
MILK
Imagine Eu e Você
O Segredo de Brokeback Mountain

Livro Interessante
Os 11 Sexos - Ronaldo Pamplona da Costa

terça-feira, 22 de março de 2011

Educação Infantil - Dica Fundamental

Hoje pela manhã li na Folha de São Paulo uma matéria sobre a educação de crianças e a interferência positiva e eventualmente negativa dos avós nesse contexto. Clique Aqui para acessar.

Aprendizado em comportamental ocorre por respostas a estímulos que são reforçadas de forma positiva ou negativa. Exemplo: Quando uma nova matéria é ensinada à criança é normal ela procurar algum adulto pra mostrar o que aprendeu, desta forma ela repete o ensinamento facilitando a memorização do conteúdo. Reforçamento Positivo seria um responsável escutar com atenção, olhando nos olhos da criança o que ela fala, elogiando e mostrando o quanto é interessante aquilo.
Outro exemplo: Uma criança acima do peso começa a fazer uma dieta por indicação médica e e auxiliada por seus pais na tarefa. Quando algum resultado da dieta surge, os pais propõe um acordo, levar a criança ao McDonald's quando conseguir perder mais 2kg. Isso é um reforçamento negativo. Afinal o ato reforçador vai contra o objetivo central da resposta emitida anteriormente.

Isso ocorre em inúmeras situações, às quais por vezes são imperceptíveis aos olhos dos pais e avós. Julgadas como um reforçador positivo muitas tarefas acabam não sendo aprendidas por este motivo.

Outro problema é a diferença do pensamento adulto, não adianta incentivar a criança a se dedicar ao regime buscando saúde para brincar mais por exemplo se os avós assumem o papel de levar a criança ao McDonald's assim que perder mais algum peso.

Comunicação é tudo, fazer pequenas reuniões entre família para decidir quais atitudes tomar frente determinadas situações podem ser fundamentais para uma educação que promova um futuro adequado à criança.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Discurso do Rei - Gagueira (Disfemia)

Para quem assistiu o filme O Discurso do Rei, o vídeo 1 mostra a versão original do discurso feito em 1939. Muito interessante perceber o desenvolvimento da fala dele. A dificuldade no início e a qualidade posterior. O filme retrata a disfemia (gagueira) do Rei George VI e o tratamento que demonstra os resultados neste discurso.

A Disfemia é um transtorno que atinge mais de 60 milhões de pessoas, ocorre com mais frequência em pessoas de classe média e alta; homens; com início entre 3 e 5 anos, sendo que 5% dos casos são transitórios. No Vídeo 2 é possível observar logo no início a dificuldade no discurso do Rei.

O tratamento é feito principalmente por um fonoaudiólogo capacitado e acompanhamento psicológico. A união dos dois profissionais resultaria no terapeuta da fala como o filme demonstra.

VÍDEO 1


VÍDEO 2


REPORTAGEM SOBRE GAGUEIRA NO FANTÁSTICO