quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A LIGA - Transtornos Mentais

No dia 03 de agosto, o programa A Liga exibido pela Band, trouxe a realidade daqueles que sofrem com o estigma por estarem em tratamento dentro de Hospitais Psiquiátricos. Mesmo após a reforma psiquiátrica, ainda nos deparamos com internamentos involuntários onde a probabilidade de se obter sucesso em um tratamento é reduzida significativamente. O modelo psiquiátrico antigo foi substituído pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) onde o tratamento é voluntário e possibilita visitas e contato com o mundo real. Porém, o que realmente possibilita a substituição da atenção dada pelos hospitais psiquiátricos no que diz respeito à emergência e ao serviço 24h, 7/7 é o CAPS III criados em municípios com mais de 200.000 habitantes. Curitiba tem mais de 1.800.000 habitantes e não tem NENHUM CAPS III.
A revista Contato (CRP-PR) trouxe este mês uma reportagem muito interessante sobre o tema. confira em pdf neste link: http://bit.ly/9U0bSF

Parte 1



Parte 2



Parte 3



Parte 4



Parte 5



Parte 6

terça-feira, 21 de setembro de 2010

TPM no DSM-V

O DSM é um livro mundialmente utilizado por todos os profissionais que lidam com saúde mental. Trata-se de um Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, a base para se estabelecer qualquer diagnóstico e conseqüentemente traçar metas de tratamento. A versão vigente do manual é a IV-TR publicada em 2000 pela APA (American Psychiatric Association) está bastante desatualizada.
Pesquisas estão em andamento para a publicação de uma nova edição já com data marcada para 2013, para que os diagnósticos sejam padronizados mundialmente, sugestões de pesquisa são lançadas algum tempo antes da publicação para edição final.


No dia 05 de junho de 2010, a APA sugeriu uma atualização para o DSM-V que seria adicionada na categoria de Transtornos do Humor (Depressão Maior, Transtorno Bipolar, Distimia, Ciclotimia, etc). Trata-se do Transtorno Disfórico Pré-mestrual, a famosa TPM.


A sugestão de critérios diagnósticos para tal transtorno é (A tradução não é oficial):

A. Na maioria dos ciclos menstruais durante o último ano, cinco (ou mais) dos seguintes sintomas durante a semana que antecede a menstruação e tende a melhorar dentro de alguns dias após o início menstruação sendo que após o início da menstruação os sitomas foram mínimos ou ausentes com pelo menos um dos sintomas sendo um (1), (2), (3), ou (4):

(1) humor acentuadamente deprimido, sentimentos de desesperança ou pensamentos auto-depreciativos 
(2) ansiedade, tensão, sentimentos de estar "no limite"
(3) instabilidade afetiva
(4) irritabilidade acentuada, raiva ou aumento de conflitos interpessoais
(5) diminuição do interesse em atividades usuais (por exemplo, trabalho, escola, amigos, hobbies)
(6) sensação subjetiva de dificuldade em se concentrar
(7) letargia, cansaço fácil, ou sensação de falta de energia
(8) mudança no apetite, comer demais, ou compulsões alimentares específicas
(9) hipersonia ou insônia
(10) um sentimento subjetivo de estar sobrecarregado ou fora do controle
(11) outros sintomas físicos, como sensibilidade mamária ou inchaço, dores articulares ou musculares, sensação de inchaço, ganho de peso.


B. Os sintomas estão associados com sofrimento clinicamente significativo interferindo no trabalho, escola, atividades sociais habituais ou relacionamentos com outros (por exemplo, evitar atividades sociais, diminuição da produtividade e eficiência no trabalho, escola ou em casa).

C. A perturbação não é meramente uma exacerbação dos sintomas de outro transtorno, tais como Transtorno Depressivo Maior, Transtorno do Pânico, Transtorno Distímico ou Transtorno da Personalidade (embora possa ser sobreposta a qualquer uma dessas doenças).

D. Os critérios A, B, C e deve ser confirmados por avaliações em perspectiva diária durante pelo menos dois ciclos sintomáticos. (O diagnóstico pode ser feito provisoriamente antes desta confirmação.)

E. Os sintomas não são devido aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo, uma droga de abuso, uma medicação ou outro tratamento) ou de uma condição médica geral (por exemplo, hipertireoidismo).

F. Em usuários de contraceptivos orais, o diagnóstico de Transtorno Disfórico Pré-menstrual não deve ser feito a não ser que os sintomas pré-menstruais são relatados quando presentes, e tão graves, quando a mulher não está tomando o contraceptivo oral.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Amor e a Dependência

Tenho observado com muita freqüência pedidos de ajuda relacionados ao amor em meu consultório. Homens e mulheres que deixam de viver a própria vida e fazer suas atividades por querer se dedicar ao seu companheiro. Como retribuição e imensa frustração não são correspondidos, e até mesmo persistem em um relacionamento onde se é humilhado diariamente mas o amor da lembrança do que um dia foi prevalece cheio de esperança que um dia possa voltar a se repetir.

Vou dedicar futuramente um post para tratar de um transtorno de personalidade dependente onde esta situação acontece com a maioria das pessoas que sofrem deste mal. Hoje quero citar um texto muito interessante sobre o que é o amor. A autora deste texto é a Sandra Maia (smaia@brpress.net).


"Acordei assim hoje: com uma vontade imensa de falar sobre o que é realmente o amor e, por mais incrível que pareça, decidi começar com o que não é AMAR - até porque quero crer que muitos de nós conhecem melhor o que não é amor - alguns poucos se permitem viver relações para as quais estão prontos.
Não é amar: viver em função do outro, viver em uma confusão de pensamentos e sentimentos que tiram o foco, viver triste, com receio da perda, do abandono, da mentira, aceitar migalhas, viver se rastejando, falar o que não sente, conceder indefinidamente, adiar sonhos, encolher, esconder-se, deixar-se morrer, anular-se.
AMOR É MESMO UM MILAGRE. Embora todos queiramos experimentá-lo, buscamos parceiros que não têm condições de nos mostrar o caminho? Não sabem, não conhecem o que é amar. Ignoram como é bom ter alguém por perto para compartilhar, ser e estar.
Então, ao final, como é isso? Como é viver uma relação onde cada um dá o seu melhor? O amor floresce. Cada um decide - no dia-a-dia - escolher a relação. Com é viver dessa forma? Dois inteiros, dois que querem e investem no relacionamento, trocam?
Tenho amigos e amigas que vivem em histórias absurdas - aquelas que nascem para não dar certo. E a questão é sempre a mesma: SORTE, AZAR OU ESCOLHA? O que será? Fácil falar que não damos sorte no amor quando trazemos para nossas vidas tudo o que não dá, tudo o que não funciona, tudo o que não é amor.
Qualquer coisa
Pode ser paixão, excitação, autopunição, desejo - não sei. Pode ser qualquer coisa. Mas não AMOR. Essas situações mantém-nos reféns, nos fazem infantis, desajustados. Essas escolhas nos tornam eternos infelizes, vítimas, nos colocam no chão - abaixo do asfalto, abaixo do aceitável...
AMOR É INCONDICIONAL... Ah, essa coisa que muitos vivem por aí não, não é verdadeiramente amor... Pode ser controle, dependência, pode ser simplesmente escolha com base em crenças erradas... Aquelas mesmas que trazemos da infância e repetimos na vida adulta. Crenças como "só eu vou poder mudá-lo(a)", "ele(a) me ama, só não sabe", "está acontecendo algo - forças estranhas separam nosso amor", "ele(a) me quer - só não consegue aceitar", etc, etc.
O pior é achar que tudo isso É NORMAL. Saiba que NÃO É NORMAL. Normal deveria ser o bom. Viver uma relação sem o medo eminente da perda, sem dor, sem sofrimento, sem qualquer função que nos tira do nosso foco, nossos sonhos, nossos planos de crescimento e desenvolvimento humano.
Normalidade
Posso lhes afirmar NÃO É NORMAL viver querendo morrer... Relações com essa dinâmica viciam. São como um THRILLER - cheias de EMOÇÃO, DE ALTOS E BAIXOS, DE PAIXÃO, VIDA E MORTE. Atraem por ser SUPER, SOBRENATURAIS, ENIGMÁTICAS... Fazem-nos viver na ilusão fora da realidade, nos esquecer da verdade, do ser, do amor verdadeiro. Enganamo-nos...
E como vocês também devem conhecer ou viver histórias parecidas, essa semana, conversando com a amiga de uma amiga, um caso me trouxe à mente como num espelho uma questão que demonstra o quanto podemos nos tornar ridículos quando no deixamos envolver em relações doentes...
Ela estava envolvida com um rapaz mais jovem - desempregado, não havia estudado, ciumento, violento, envolvido com outras mulheres, sem escrúpulos, com valores distorcidos, sem qualquer possibilidade de acompanhá-la e ao seu filho... Enfim, um problema sem tamanho... O mais incrível era ouvi-la dizendo: "MAS EU O AMO!" E, o mais complexo, ter de dizer a ela: "ISSO NÃO É AMOR! É DOENÇA! Busque ajuda. Converse com pessoas que vivem relações saudáveis. Veja como vivem. O que esperam um do outro. Como é seu dia-a-dia. Nessas relações o que há é RESPEITO, HARMONIA, DEDICAÇÃO, RESPONSABILIDADE. Há um cuidar da relação que os mantém fortes, unidos, íntegros, saudáveis. Um conviver que faz bem. Não tem soluços, não têm idas e vindas, rompimentos e voltas..."
Não foi fácil, mas arrisquei e tentei convidá-la a refletir, pensar, compreender o que estava em jogo nessa teimosia. "AMOR", comentei com ela, "é diferente do que está vivendo! É tranqüilo no que pode ser, quente no que deve ser..." É esse o amor que podemos escolher: sem sobressaltos, sem dor, sem tristeza, um amor leve, livre, solto, um amor que vem para ficar, para uma vida, para o tempo que durar...
Um amor que, sim, terá altos e baixos, conquistas e derrotas. Mas que se sobressai a todos os percalços que a vida um dia traz. Permanece...
Escolhas, sempre escolhas."

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Objetivo deste Blog

A Internet possibilita a quebra das fronteiras que anteriormente não permitiam o acesso a informação e a comunicação em tempo real. Desta forma, a ciência se apropria desta ferramenta para cada vez mais se aproximar do conhecimento e viabilizar técnicas que auxiliam a sociedade a obter mais qualidade de vida.

Pensando nesta questão, este blog tem como objetivo a discussão, a divulgação e o aprendizado constante da Psicologia como ciência do comportamento proporcionando o acesso à população e conseqüentemente tornando qualidade de vida emocional uma realidade.

Serão postados aqui pesquisas realizadas recentemente, informações sobre transtornos mentais e questões sociais diversas. É permitido qualquer tipo de comentário e perguntas sobre o tema abordado, todos serão respondidos.